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30.9.07

chegada e instalacao

Como era esperado, dois representantes da familia de Teahupoo - com a qual eu havia vivido na temporada passada – estavam no aeroporto para me receber. A principio achei que eles haviam se esquecido de mim, pois estavam escondidos atras de um biombo para me assustar um pouco , mas alguns segundos depois que me viram procurando desorientadamente por eles, saltaram detrás do esconderijo e me saudaram com abracos e colocando um colar de flores taitianas ao redor do meu pescoço. Fomos direto para teahupoo e como chegamos la pela uma da manha, dexei para armar meu acampamento no dia seguinte e dormi numa cama que estava disponivel na casa.
Na manha seguinte acordei e fui direto para o surfe. Estava marola, com series de um metro e pouco constantes. So eu e um boogie australiano na agua. Logo que cheguei ao pico, entrou uma ondinha animal, de um metrinho mas grossa, e deu uma baforada grotesca. Tanto eu quanto o australiano estavamos fora de posicao para ela, e so assistimos ela quebrando sozinha. É lindo ver uma onda perfeita quebrando, lisa e tubular. Resolvi esperar por uma daquelas, mas o tempo foi passando e nenhuma outra entrou, e eu fiquei so boiando, pois queria começar minha temporada taitiana com uma boa entao nem remava nas marolas que estavam entrando. Depois de mais de uma hora de espera, no entanto, veio outra irada, e eu estava um pouco fundo mas fui de qualquer jeito, e peguei um tubinho show. Voltei pro pico amarradao, mas depois nao veio mais nada muito interessante, entao peguei uma ondinha qualquer e remei ate a praia. Enquanto voltava para casa, trombei o carlos burle e a maya gabeira dando uma pernada na praia, trocamos uma ideia rapida e fui pra casa. Cheguei em casa e armei acampamento. Diferente da temporada anterior, quando montei minha barraca a poucos metros do mar, dessa vez montei o acampamento atras da casa da familia, um pouco mais longe do mar. O objetivo da mudança era tentar evitar o vento. Na beira dagua o vento eh sinistro e as paredes da barraca, dependendo da intensidade das rajadas, quase se dobram ate o chao. Atras da casa eu fiquei protegido do vento, mas notei outro problema: o sol. Esse lugar protegido do vento ficou insuportavelmente quente, pois nao havia arvores fazendo sombra. Na noite rolou um churras , era aniversario da noiva do burle, e a maya tava indo embora no dia seguinte, entao tomamos Hinanos(cerveja) e comemos peixe e uma salada maluca com maça e manga em meio aos vegetais..
Na manha seguinte o mar estava menor ainda, quase flat, entao nem surfei. Acordei e tratei de mudar meu acampamento de lugar. Me mudei para um lugar no meio do mato, protejido tanto do vento quanto do sol, nao estou nem acreditando no cantinho que arrumei. So tem um pequeno periodo do dia, lá pelas quatro da tarde , que pega sol por uma meia hora, e ai tem que dar uma banda. Durante o resto do dia eh perfeito. Passarinhos cantando no mato em volta, barulhos malucos da selva.. É perto do mar tambem, a uns cinquenta metros. Puxei uma extensao eletrica da casa ate a barraca, e estou com o laptop a mil, sonzinho, so nao tem internet, tenho que caminhar uns trezentos metros pra pegar wireless...to com um isoporzinho com ranguinhos, ou seja, a parada ta surreal. Unica coisa que eu nao sei ainda eh como a barraquinha vai se portar com a chuva..
Depois disso, já devidamente instalado, fui pescar com um amigo brasileiro, tiago. Peguei um arpao, pes de pato mascara e snorkel emprestados de um outro amigo, esse nativo, e pegamos uma porrada de peixinhos, que mais tarde fritamos na casa. Na real eu so peguei um peixe, e ele pegou mais de quinze, mas ironicamente o meu era o maior de todos, media mais de um palmo..alguns tubaroes ficaram nos impregnando durante a sessao inteira, dando voltas em torno da gente, mas eu sei bem que nao tem por que ficar na paranoia, pois eles nao fazem nada. Durante essa pescaria tive em minhas maos, por alguns instantes, um peixe enorme, que devia medir uns tres palmos, mas ele ficou se debatendo e eu vacilei de nao fixar a ponta do arpao na pedra, e ele foi deslizando para fora do arpao e conseguiu fugir. Seria certamente o maior peixe da minha vida. Mesmo assim os peixinhos que pegamos foram suficientes para mim, tiago e para a familia.
Pra segunda parece que tem swell. Nao muito grande mas com vento bom.. beijos e abracos.